Vivemos tempos difíceis na medicina humana.

O modelo de residência médica brasileira durante muito tempo serviu para formação não só de especialistas, mas foi instrumento fundamental de correção de equívocos ocorridos durante a fase de graduação.

Nas últimas duas décadas, o crescente aumento do número de cursos médicos de graduação ofereceu uma quantidade exorbitante de egressos que excedeu em muito a capacidade de vagas na residência, apesar do aumento progressivo delas.

A opção pela quantidade em detrimento da qualidade foi, e ainda é, política. Grande pressão é exercida e sentida para abrandamento das exigências em relação a abertura de novos centros de formação e de vagas nos já em funcionamento.

Assistimos com pesar a deterioração do atendimento médico. No entanto, este pesar não é compartilhado pelos gestores da engrenagem da saúde que paradoxalmente comemoram a queda dos custos envolvidos com os nossos honorários.

A gestão pública ou privada da saúde sempre priorizou a redução dos custos envolvidos com o atendimento em relação à qualidade. O próximo passo que assistimos, foi o incremento e organização de um complexo processo de negativas, dadas até mesmo à revelia da lei. Mais de dois terços dos doentes que recebem negativas das solicitações de seus procedimentos jamais os farão.  Os lucros, mesmo com margens importantes de sonegação, multas, dívidas, foram e ainda são estratosféricos.

Nossa Sociedade é a única, no Brasil, que representa os médicos que atuam na área da dor. A SOBRAMID sempre, desde sua fundação, foi uma sociedade médica, uniprofissional, voltada para o aprimoramento científico e pelo interesse comum de unir os colegas médicos terapeutas em dor, visando a busca por tratamentos com evidências de sucesso.

Buscamos a excelência do atendimento médico na mitigação do sofrimento provocado pelo desconforto doloroso, aquele que mais leva seu portador a procurar atendimento.

Nossa percepção é de que estamos nadando contra uma nefasta e forte corrente. Venha, faça parte do cardume, juntos poderemos fazer melhor…

José Oswaldo de Oliveira Júnior – PRESIDENTE